Descrição
Ficção ou uma visão profética sobre o futuro da Humanidade?
Neste livro escrito em 1826, que a crítica considera como sendo a sua melhor obra e publicado em Inglaterra em três volumes, a escritora britânica Mary Shelley constrói uma visão apocalíptica do futuro, descrita a partir de um manuscrito profético.
Ambientado no século XXI, o romance O ÚLTIMO HOMEM: THE LAST MAN é narrado por Lionel Verney que conta a história dos últimos momentos da humanidade, destruída por uma por uma praga oriental incontrolável que mata gradualmente todos os homens, mulheres e crianças do planeta. Verney, o único humano imune que testemunha a gradual destruição de todos a sua volta, seja do seu círculo mais íntimo, seja dos fanáticos e negacionistas que tentam negar a tragédia, é mostrado inicialmente como um homem impulsivo, valorizado pelos arroubos da juventude, cujo fado acaba por remodelar a sua alma através do Amor, o único poder verdadeiro capaz de transformá-lo em uma figura heroica e humana. A vida das seis personagens principais é apresentada sob um contexto no qual os interesses pessoais e domésticos são substituídos pelas exigências políticas, e estas suplantadas pela praga que engolfa toda a espécie humana.
O ÚLTIMO HOMEM: THE LAST MAN, escrito e publicado logo após a morte do marido da autora, é um conto distópico de fadas para adultos, com cenas de batalhas vividamente descritas, mortes por pragas incuráveis e amores ardentes, pelas quais Mary Shelley elabora um amplo questionamento sobre a posição privilegiada da Humanidade com em relação à Natureza. Ao contrário da comum associação do género a termos e invenções futuristas, é notável a ausência de tais elementos na trama criada pela autora, facto contraposto com uma ampla visão filosófica sobre os valores e o papel da humanidade, resquícios setecentistas iluministas. A obra também viria a influenciar grandes escritores de ficção-científica e deu início a um movimento, cujos expoentes principais são H. G. Wells, Isaac Asimov e Arthur C. Clark.